Notícias

América Latina registra um dos maiores índices de violência no mundo, diz OEA

Renata Girard
Da Agência Brasil 11/05/2010 – 14h48

Em Brasília

Os países da América Latina registram um dos piores índices de violência do mundo. No Caribe, a taxa é de 30 mortes por assassinato a cada 100 mil pessoas, enquanto na América do Sul o índice cai para 26 e na América Central, para 22. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (11) pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que é vinculada à Organização dos Estados Americanos (OEA).

Na Europa, a média é de 8,9 mortes violentas a cada 100 mil habitantes. Os números diminuem na região do Sudeste Asiático, cuja taxa é de 5,8 homicídios, e nos países do Pacífico Ocidental, que registram um índice de 3,4 mortes. Em geral, os assassinatos atingem principalmente pessoas de baixa renda, diz o estudo.

De acordo com a comissão, os números nas Américas preocupam ainda mais quando se observa que entre os mortos, em geral, estão jovens de 15 anos a 29 anos de idade. Também há análises que mostram que as mortes violentas provocam um impacto direto na economia. A estimativa é de que o custo da violência varie de 2% a 15% do Produto Interno Bruto (PIB) desses países. O estudo não menciona especificamente as nações, apenas as regiões.

Para os especialistas da OEA, os números negativos registrados nas Américas se devem a uma junção de fatores. As conclusões são de que a maioria dos países da região ainda sofre as consequências de longos períodos de governos ditatoriais, que davam menor importância aos temas relacionados a direitos humanos. Além disso, muitas nações não dispõem de forças de segurança adequadas nem aplicam ações eficientes para combater a violência.

As análises estão no Relatório sobre a Segurança Cidadã e Direitos Humanos. O documento foi elaborado em uma parceria do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e do Escritório das Nações Unidas do Alto Comissariado para os Direitos Humanos (ACNUDH). No documento, há uma série de críticas às políticas públicas adotadas por vários países.

Segundo o relatório, as políticas públicas “têm se mostrado ineficazes”. De acordo com os especialistas, têm sido adotadas sanções muito rígidas, menos garantias processuais e há casos de adolescentes que são julgados como se fossem adultos em meio a suspeitas de infrações. De acordo com a comissão, os países que pertencem à OEA “têm a obrigação de proteger e assegurar o exercício dos direitos humanos”.

“Os governos autoritários e ditaduras militares que atuaram no hemisfério durante as últimas décadas, a despeito das obrigações internacionais de respeitar os direitos humanos, deixaram como legado um ciclo permanente de violência”, diz um trecho do documento. “Com esse panorama, a comissão observa que os Estados vão ter sérias dificuldades de encontrar soluções eficazes para esses problemas”, informa outro parágrafo do documento.

Eventos LASSOS

Palestra da Profa. Vera Telles aborda as ilicitudes e as periferias urbanas

Prof. Eduardo Paes-Machado e Profa. Vera Telles

A palestra da  Profa. Vera Silva Telles, na manhã desta segunda-feira (3 de maio) forneceu à plateia interessada uma série de pistas de como pensar as relações entre as ilicitudes e o mundo regulado pela lei nas periferias de São Paulo. Foi uma excelente oportunidade para os alunos da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA entrarem em contato com um trabalho etnográfico desenvolvido no sentido de uma teorização numa das áreas ainda consideradas limites dentro das Ciências Sociais.

Notícias

Ana Márcia – a mais nova doutora a integrar a equipe LASSOS

Ana Márcia Duarte Nascimento é mais nova doutora a integrar a equipe de pesquisadores do LASSOS. A defesa exitosa de sua tese acerca da vitimização e estratégias de defesas empreendidas por taxistas em Salvador lhe renderam o título de doutora em Saúde Coletiva pelo Instituto de Saúde Coletiva da UFBA, na última sexta 30 de abril.

Ana Márcia após a defesa com seus familiares
Notícias

Drogas e violência – palestra de Misse discute as conexões possíveis

Na manhã da última sexta, 30 de abril, o prof. Michel Misse conseguiu de maneira muito clara expor várias das diversas pontes possíveis entre o tráfico de substâncias ilicitas e a violência. O pesquisador que coordena o NECVU da UFRJ traçou um panorama através do tempo mostrando a consolidação de diversos aspectos ligados ao mercado de drogas, o uso efetivo e simbólico da força, os fatores culturais ligados a este comércio e suas conexões contemporâneas com as organizações criminosas que atuam dentro dos presídios.